A IMPORTÂNCIA DE RAPOSO TAVARES
1# 4 fatos sobre o bandeirante Antônio Raposo Tavares que você precisa conhecer!
1Iara Barros Sales dos Santos
Hoje sabemos que a maioria dos bandeirantes, os primeiros desbravadores do Brasil, eram de origem judaica, e Raposo Tavares está incluído nesse grupo.
Você sabe quem foi o bandeirante Raposo Tavares e conhece a sua importância para a nossa nação?
Você sabia que esse impressionante judeu foi um grande instrumento para a expansão do território brasileiro?
Então, convido você, querido leitor, para juntos viajarmos na história, a fim de conhecermos este grande judeu e a sua importância na formação territorial do Brasil!
1. Quem foi Raposo Tavares?
Esse notável bandeirante nasceu em 1598 em São Miguel do Pinheiro, distrito de Beja em Portugal.
Era oriundo de família judaica. Seus pais eram Fernão Vieira Tavares e Francisca Pinheiro da Costa Bravo. Porém, sua mãe faleceu ainda jovem, então foi criado por sua madrasta, Maria da Costa, que era cristã-nova e cripta-judia (ou seja, colocava em prática a fé judaica, bem como os costumes desta fé, mas em segredo), enfim, era uma mulher leal à tradição judaica.
A fim de se livrar das angústias da Inquisição, aos 20 anos de idade abandonou a sua terra nativa para arriscar a vida no Brasil. Com a idade de 24 anos casou-se com a filha do bandeirante Manuel Pires, chamada Beatriz Furtado de Mendonça, e com ela teve dois filhos.
Porém, sua esposa veio a falecer e dez anos após esse triste ocorrido casou-se novamente com Lucrécia Leme Borges de Cerqueira, filha do bandeirante Fernão Dias Pais. Com ela teve uma filha.
Estabelecendo-se na Vila de São Paulo, ainda jovem, Raposo Tavares tomou parte em expedições que tinham os propósitos específicos de prender índios e sondar terras inexploradas e desconhecidas.
2. A verdadeira conduta de Raposo Tavares
Você sabia que para alguns o bandeirante Raposo Tavares foi um herói e para outros, vilão?
Porém, para chegarmos a uma conclusão acertada, viajemos um pouco na história!
Portugal buscou com veemência explorar o solo brasileiro a procura de ouro desde o princípio da colonização do Brasil.
Desta forma, organizou-se diversas expedições oficiais com o propósito de ir em busca deste metal.
Por sua vez, essas expedições eram intituladas entradas e não excedia o "Tratado de Tordesilhas" (documento assinado em 1494, destacando-se como personagens principais, Portugal e Espanha, em que estes demarcaram as suas posses no território da América do Sul por meio de uma linha imaginária).
Haviam também expedições denominadas bandeiras que tiveram suas origens a partir do século XVII e eram organizadas e amparadas por particulares.
Assim, as bandeiras adentravam no sertão indo além da linha de Tordesilhas, contribuindo, desta forma, para a expansão do território brasileiro.
Vale ressaltar que essas expedições seguiam da vila de São Paulo, por esse motivo, a cidade foi intitulada "capital dos bandeirantes".
Os bandeirantes (paulistas que lideravam as bandeiras) são considerados por alguns como heróis e por outros como vilões ou bandidos.
Os bandeirantes ajudaram no povoamento do Brasil e contribuíram para o alargamento dos seus limites, instituindo vilas ao procurar ouro e pedras preciosas pelo território brasileiro.
Simultaneamente, cometiam atos agressivos, escravizando ou tirando a vida de índios.
Mas o que a história e documentos importantes nos apontam sobre a verdadeira conduta dos bandeirantes, sobretudo, a de Antônio Raposo Tavares?
"Sem mais delongas", vamos direto ao assunto!
Sabe-se que os jesuítas foram os fundamentais intermediários da Inquisição portuguesa.
Por sua vez, os jesuítas pertencentes as Missões sentiam-se ligados à Inquisição de Lima, visto que prestavam serviço a ela como comissários. Logo tinham o encargo de encalçar e aprisionar bandeirantes judeus.
Certamente a atitude agressiva dos bandeirantes em oposição aos jesuítas se deve às práticas do Tribunal da Inquisição de Lima.
O notável historiador português, Jaime Cortesão, acredita que os crimes dos bandeirantes foram deturpados pelos jesuítas.
Considera-se que os eventos relatados pelos jesuítas não são verídicos e as Cartas Ânuas (cartas com o propósito de descrever os êxitos em sua totalidade, assistidos no espaço de um ano e enviados pelos jesuítas para o seu geral) estão repletas de milagres e exposições sobrenaturais.
Não há dúvida de que Raposo Tavares, juntamente com seus consortes, encarou a influente Companhia de Jesus.
Muitos historiadores atuais consideram com força as Cartas Ânuas, bem como a explanação referente ao combate no Paraguai, e isso tem contribuído para que haja um entendimento errôneo sobre os bandeirantes, sobretudo acerca de Raposo Tavares.
A obra denominada Conquista Espiritual, do padre Antonio Ruiz de Montoia, publicada em 1639 em Madri, talvez possa manifestar os desvirtuamentos das epístolas jesuíticas.
O primeiro dos jesuítas de Guaíra com o encargo de resguardar as reduções (ou missões) e denunciar os revolucionários bandeirantes ao Tribunal da Santa Inquisição foi o padre Antonio Ruiz de Montoia.
Segundo o historiador Jaime Cortesão, Montoia ocultava a realidade. Foi ele quem contribuiu para a existência do decreto que visava oposição aos bandeirantes.
Em nossos dias, compreende-se que os jesuítas aproveitavam os índios como força de trabalho. Inclusive há documentos que manifestam o desejo dos índios de ir embora com os bandeirantes.
3. Antônio Raposo Tavares, um bandeirante diferente
O diferencial de Raposo Tavares como bandeirante está na sua conquista geográfica e geopolítica.
Seu espírito insurgente o levou a defender, sem reservas, a supremacia nacional sobre qualquer hierarquia religiosa.
O historiador português Jaime Cortesão, em sua obra "Raposo Tavares e a Formação Territorial do Brasil", expõe esse significativo bandeirante como um batalhador em combate contra a prepotência e a teocracia dos jesuítas, com o fim de resguardar a liberdade de cada pessoa em recusar-se a uma religião forçosa.
Inclusive, vale ressaltar a afirmação de judaísmo deste destemido bandeirante: uma vez argumentado por certo jesuíta acerca da autoridade moral dos paulistas (bandeirantes) em combatê-los, respondeu a indagação dizendo que os combatia firmado na autoridade concedida por Deus nos livros de Moisés.
Vale ressaltar que se têm informações de que em certo momento, entre certas expedições, Raposo Tavares converteu-se em juiz ordinário da vila de São Paulo e ouvidor da capitania de São Vicente.
Imediatamente no primeiro combate que houve entre as autoridades civis e os jesuítas, Raposo Tavares rejeitou a hegemonia católica. Também enxotou os padres e ainda capturou o aglomerado de índios.
Por conta dessa atitude, foi então destituído e excomungado. Contudo, não demorou muito e readquiriu a sua notoriedade, uma vez que suas expedições cumpriam as normas da coroa portuguesa.
Ainda, por conta de sua grande experiência, foi convocado para lutar contra as invasões holandesas fixadas no Nordeste.
Sendo assim, Raposo Tavares tinha objetivos específicos que iam além dos propósitos comuns dos outros bandeirantes.
4. Contribuição imprescindível de Raposo Tavares para a expansão territorial do Brasil
No ano de 1618, Raposo Tavares veio para o Brasil acompanhando seu pai, visto que este havia sido designado recentemente capitão-mor e também governador da capitania de São Vicente.
Desta forma, este valente bandeirante logo compreendeu a complexidade que a política além do mar possuía e sem demora, abarcou-se em expedições com o fim de capturar índios e sondar terras inexploradas.
Em 1627, cinco anos após o falecimento de seu pai, chefiou a sua primeira expedição militar, composta de 100 paulistas e de uma quantidade de índios ajudantes, um pouco mais que dois mil índios.
Nesta primeira expedição alcançou o Rio Grande do Sul e expulsou deste local os jesuítas espanhóis, contribuindo para a expansão dos limites do Brasil e garantindo a propriedade das áreas de três estados atuais, a saber: Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Em 1636, liderou outra bandeira com o objetivo específico de expelir as missões da Companhia de Jesus, localizada na área do Tapes, no Rio Grande do Sul.
No período dos anos de 1639 a 1642, conforme a petição de Salvador Correia de Sá, Raposo Tavares fez parte da tropa paulista que lutou contra as invasões holandesas e executou um papel fundamental na reconquista de Pernambuco, que outrora estava na posse da Holanda.
A última expedição deste grande desbravador foi denominada "Bandeira dos Limites" e apontada como a primeira jornada à volta do território brasileiro.
Assim em 1648 puseram-se a caminho de São Paulo na companhia de brancos, mamelucos e cerca de mil índios.
Esta última expedição cumpriu-se no período de três anos, passando pelo Rio Tietê, percorrendo os rumos dos rios Paraguai, Guaporé, Madeira e Solimões-Amazonas, atravessando até alcançar Gurupá, situada no estado do Pará (UOL Educação, p.1).
No entanto, foi na metade do ano de 1951 que a sua última bandeira efetuou sua fase final.
Debilitado por conta da viagem, sua morte ocorreu 1658 em São Paulo.
RECAPITULANDO - O IMPRESCINDÍVEL RAPOSO TAVARES E QUATRO FATOS SOBRE ELE:
Nascido em 1598 e oriundo de família judaica, foi criado em maior proporção por sua madrasta Maria da Costa, uma cristã-nova e cripta-judia fervorosa, visto que sua mãe veio a falecer ainda jovem. Desde cedo, se envolveu em expedições com o fim de prender índios e sondar terras ainda não exploradas e desconhecidas.
Hoje pode-se considerar que os relatos contados pelos jesuítas estão cheios de distorções e inverdades, e as Cartas Ânuas estão cheias de milagres e exposições sobrenaturais.
Acredita-se que certamente a atitude grosseira dos bandeirantes, inclusive a de Raposo Tavares se deva às práticas do Tribunal da Inquisição de Lima, visto que as Missões prestavam serviço a este Tribunal como comissários.
O que diferencia Raposo Tavares dos outros bandeirantes é a sua conquista geográfica e geopolítica.
Ele defendeu com veemência a supremacia nacional sobre qualquer hierarquia religiosa, pois tinha propósitos específicos que iam além dos objetivos comuns dos outros bandeirantes.
Em 1627, Raposo Tavares chefiou a sua primeira expedição militar.
Em 1636 liderou outra bandeira com o fim específico de expelir as Missões da Companhia de Jesus, localizada na área do Tapes, no Rio Grande do Sul.
No período de 1639 a 1642 fez parte da tropa paulista que lutou contra as invasões holandesas, executando um papel fundamental na reconquista de Pernambuco.
Sua última expedição foi intitulada "Bandeira dos Limites" e durou três anos. Nesta expedição passou pelo rio Tietê, percorreu os rumos dos rios Paraguai, Guaporé, Madeira e Solimões-Amazonas, atravessando até alcançar Gurupá, localizada no estado do Pará.
Abatido com esta expedição, veio a falecer em 1658 em São Paulo.
Em nossos dias, por meio de várias pesquisas de historiadores renomados e sérios, temos informações que contribuem para a compreensão de que Raposo Tavares foi um herói.
Com sua coragem, determinação e ousadia, Raposo Tavares efetuou a primeira viagem continental da América do Sul e a primeira viagem à volta do território brasileiro.
Em sua última expedição perfez mais de dez mil quilômetros no período de três anos, constituindo uma das maiores expedições conhecidas, desbravando, assim, o país de forma significativa.
Por todo o seu contexto de bravura, liderança e determinação, Raposo Tavares é considerado como um dos construtores do nosso querido Brasil, se destacando maravilhosamente!
1Pesquisadora do Arrependimento Nacional e Missionária do Ministério Luz do Mundo, Brazlândia - DF
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